O cenário pandémico em que vivemos trouxe consigo desafios acrescidos no que concerne às boas práticas ambientais. Dada a necessidade do uso de máscaras e a grande utilização dos modelos descartáveis, assistimos a um novo problema ambiental, com milhões de máscaras a serem colocadas juntamente com os resíduos indiferenciados ou descartadas, de forma negligente, no espaço público e até nos oceanos.
O Município de Albergaria-a-Velha, consciente desta problemática, associou-se ao projeto To-Be-Green de forma a disponibilizar contentores próprios para a colocação de máscaras descartáveis e sociais. Estas serão reencaminhadas para o CVR (Centro de Valorização de Resíduos), cujo material final servirá de matéria-prima para novos produtos, numa lógica de economia circular. Salienta-se que Albergaria-a-Velha é o primeiro município do distrito de Aveiro a participar neste projeto de valorização de produtos que, de outra forma, iriam parar aos aterros.
Está prevista a distribuição de contentores de recolha de máscaras em escolas e instituições por onde passa um grande fluxo de pessoas. Colocado este desafio à comunidade, aderiram ao projeto o Conservatório de Música da Jobra, o Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha, a ASIV – Associação Social para Idosos com Vida e a Irmandade da Misericórdia de Albergaria-a-Velha.
Em paralelo, nos mesmos moldes metodológicos, vão ser colocados contentores para a reciclagem de têxteis. Estes terão dois destinos diferentes. As peças em piores condições serão recicladas para criar fios têxteis ou placas de isolamento acústico, entre outros produtos. Já as peças de roupa em melhores condições, poderão ser fotografadas e registadas numa aplicação que funciona como um “e-marketplace de economia circular”, onde as pessoas podem adquirir roupa ainda em bom estado de conservação. Outra opção é doar diretamente a roupa a uma instituição através da “Loja Social Virtual”.
A indústria da moda, que inclui o vestuário, os têxteis-lar, o calçado e os acessórios, exige cada vez mais recursos naturais para a sua produção e assim satisfazer os desejos de uma população consumista, desejosa de novos produtos de moda, que são despois descartados com muita facilidade. Estima-se que 4% destas peças acabem em aterros. Se aos produtos têxteis somarmos os milhares de máscaras que são diariamente deitadas no lixo, estamos perante um grande problema ambiental, que irá afetar a qualidade de vida das gerações futuras.
Para Sandra Almeida, Vereadora do Ambiente, este projeto é mais um investimento na economia circular, tendo um forte impacto na área social, ambiental e educativa do Concelho.