Albergaria-a-Velha
Com vestígios de povoamento desde cerca de 5000 a.C., Albergaria-a-Velha foi fundada pela Rainha D. Teresa através da doação da carta de Couto Osseloa ao fidalgo Gonçalo Eriz em 1117, com o compromisso de aqui ser instituída uma albergaria a expensas de ambos. Devido à sua excelente localização, aqui se foram fixando pessoas com as mais diversas atividades comerciais. Foi com o advento do Liberalismo, no início do reinado de D. Maria II, que Albergaria-a-Velha foi promovida à categoria de Vila e criado o seu concelho, em 1835. Este tempo foi, porém, de grande instabilidade na anexação de freguesias dentro do concelho, tendo mesmo o concelho sido extinto durante 4 anos. Em 1846 o concelho é restaurado na sequência da revolta designada por "Maria da Fonte".
Presentemente, o concelho de Albergaria-a-Velha é constituído por seis freguesias: Albergaria-a-Velha e Valmaior, Alquerubim, Angeja, Branca, Ribeira de Fráguas e São João de Loure e Frossos.
Pateira de Frossos e Baixo Vouga Lagunar
Pateira de Frossos insere-se no importante sistema lagunar da Ria de Aveiro representando um valioso recurso turístico que exibe uma inigualável biodiversidade de espécies e vegetação, um excelente recurso natural, que importa aproveitar, cuidar, promover e divulgar. É possível observar um cenário único e inconfundível e usufruir de um contacto direto com a natureza e um despertar de sensações únicas com as diversas atividades de lazer que a Pateira de Frossos tem para oferecer a crianças e seniores. O birdwatching; encontros de praticantes de Birdwatching de todos os pontos do mundo; passeios de bateira; passeios pedestres; caça tesouros; piqueniques; passeios de bicicleta; passeios a cavalo.
Trilho da Pateira de Frossos
O percurso inicia-se junto do Pelourinho de Frossos na povoação de (Frossos) antiga sede Julgado e de Concelho. Este percurso pedestre permite uma visita à Pateira de Frossos, zona palustre de antigos arrozais que constitui um complexo mosaico agrícola, apresentando uma fauna e flora extremamente diversificada e que se reflete no elevado número de espécies de aves e pequenos mamíferos que utilizam sobretudo as sebes. Percurso muito fácil sem grandes desníveis de altitude, que saindo da povoação, segue até ao parque Boca do Carreiro (Frossos).
Aqui o percurso pedestre segue até Angeja.
Existe a possibilidade de ir até ao Parque do Areal, o regresso faz-se pelo mesmo caminho. Retomando o percurso no ponto anterior, o percurso pedestre segue por trilhos e caminhos agrícolas nas margens do Rio Vouga. Deixando o rio para trás e continuando em caminhos agrícolas chega-se ao Parque Boca do Carreiro. O final até a povoação é o mesmo que o inicial.
Trilho das Cegonhas
Este percurso tem início no Parque do Areal, na freguesia de Angeja, atravessa o centro desta Vila e entra de seguida em pleno Baixo Vouga Lagunar.
Aqui, os terrenos são circundados por esteios em que se encontram a água doce e salgada, caraterizando assim uma paisagem única, onde podemos observar diversos tipos de flora e fauna, onde a espécie mais predominante é a cegonha. Podemos também apreciar a paisagem "Bocage" que se carateriza por um mosaico de campos agrícolas em retalhos delimitados por sebes vivas e por valas de água criadas pelo homem, permitindo escoar a água em excesso no inverno e no verão reter a água. Nos campos de caraterísticas minifundiárias pasta o gado bovino autóctone da região, a raça denominada marinhoa (que pela sua força foi utilizado na lavoura e nas lides da arte xávega).
O percurso tem 23km de extensão, em forma de dupla raquete, podendo dividir-se em duas partes: na primeira parte do percurso podemos observar o mosaico rural composto pelo "Bocage", arrozais e pastagens onde as cegonhas nidificam; e na segunda parte do percurso podemos observar os sistemas húmidos dos quais fazem parte os sapais, os caniçais e os juncais, onde as diversas espécies de aves existentes nesta zona do Baixo Vouga Lagunar se alimentam. Este percurso tem ligação ao percurso de Fermelã integrado na Bioria, no Municicípio de Estarreja.
Trilho do Porto de Riba
Com início e fim no Parque dos Moinhos do Porto de Riba, o percurso circular de cerca de 1,5 km desce, em direção ao rio Jardim (o único rio que nasce na freguesia da Branca e que vai desaguar no esteiro de Canelas-Estarreja) e antigo porto de embarque |Porto de Riba| passando pelo Moinho com o mesmo nome. O moinho é composto por 2 rodas, estando uma preparada para o milho e outra para o descasque do arroz, cereal em tempos abundante no Baixo Vouga lagunar. A sua construção remonta pelo menos ao século XIX. Foi adquirido e recuperado pela APPACDM de Albergaria-a-Velha. O local envolvente ao moinho era denominado de lagos", porque aí as pessoas faziam pequenos muros de terra a formar lagos, com água corrente, onde colocavam os molhos de linho, com sobrepesos para curtir. Esta operação destinava-se a eliminar a clorofila dos caules de linho e provocar o apodrecimento da parte lenhosa. Após isso, eram abertos e estendidos na encosta que é agora o parque de lazer, para secarem e depois maçar. O percurso continua pelo passadiço que percorre o trajeto da levada de água, até ao açude do moinho. Terminado o passadiço, junto às argens do rio é possível vislumbrar uma pequena ponte que fazia a travessia do rio até aos moinhos em cascata que se encontram em ruínas. Regressando às margens do rio Jardim, o caminho prossegue atravessando o rio, encontrando à esquerda a povoação de Soutelo. No final da estrada, antes de se virar à esquerda para a calçada que dá acesso ao parque, encontram-se colunas em pedra, que são os restos de um engenho de linho que ali existia. Foi outrora uma instalação artesanal engenhosa, construída em madeira de carvalho e/ou sobreiro, para maçar o linho. A enorme roda dentada ligava um braço em madeira, onde era atrelada uma junta de bois, para produzir o movimento de rotação, equivalente a uma nora de água. Aqui era amassado linho de lavradores de Soutelo, Crestelo, Albergaria-a-Nova, Salreu, Canelas e Estarreja. A capela de Santa Ana, datada de 1752, está localizada fora do percurso, à direita, no final da estrada.
Rota dos Moinhos
Os Moinhos de água predominam em Albergaria-a-Velha - o concelho com maior número de moinhos de água inventariados da Europa - e constituem um dos elementos importantes da paisagem rural das linhas de água que percorrem todo o concelho. São elementos com elevado valor patrimonial que deliciam a vista às gentes das suas terras e a todos os visitantes que se atrevem a visitá-los.
Albergaria-a-Velha é uma terra de tradições feita de água, pão e moinhos. Pretende-se, com a Rota dos Moinhos de Albergaria-a-Velha, reavivar esta identidade através de um produto turístico e cultural que alia a preservação e valorização deste património nas suas vertentes material e imaterial.
A Rota dos Moinhos é uma oferta para residentes e visitantes que permite assim que estes possam conhecer melhor este concelho, as suas gentes e a sua história.
Trilho do Linho
Partindo da antiga escola de Vilarinho de S. Roque, inaugurada em 1963, este trilho leva-nos a cruzar caminhos e carreiros outrora usados pelos habitantes da aldeia para chegarem às zonas de lavoura, onde era comum cultivar o linho, uma planta que foi de grande importância para a economia familiar até meados do século XX. Ao deambularmos pelos campos, os açudes são uma presença constante, pois o sucesso das colheitas dependia da sua manutenção, e os Moinhos do Regatinho apresentam-se como um genuíno cartão postal da aldeia.
Trilho dos Três Rios
O som da água a correr é uma presença constante na freguesia de Ribeira de Fráguas. O Rio Caima, que nasce na Serra da Freita e percorre 50 km até desaguar na margem direita do Vouga, bem como os vários afluentes, rompem caminho pelos terrenos irregulares desta zona mais serrana. Aproveitada nos açudes e levadas para a rega dos campos, a água também era a força motriz que mantinha os moinhos a funcionar, sendo também usada para lavar o minério das antigas Minas de Telhadela. Aqui, a água é sempre a companheira que nos guia.
Caminho de Santiago
Folheto Caminho de Santiago - Português
Folheto Caminho de Santiago - Inglês
O Caminho de Santiago representa para Albergaria-a-Velha um património imaterial marcante, uma memória e uma identidade. Albergaria-a-Velha foi desde sempre um ponto estratégico, ligada aos caminhos, terra de passagem onde terá nascido a primeira albergaria do País, fundada pela Rainha D. Teresa, mãe de Afonso Henriques, para peregrinos e viajantes. Atualmente, esta presença religiosa é marcada por milhares de peregrinos, quer os que rumam para Fátima, sentido N/S, quer os que se dirigem para Santiago, para a Norte. Importa requalificar, salvaguardar, preservar e valorizar esta identidade local. A existência de um albergue é fundamental, um auxilio extremamente precioso para os milhares de peregrinos que por aqui passam. A criação de atividades para crianças e seniores será uma mais-valia para o conhecimento desta identidade: caminhadas ao longo dos cerca de 14 km do percurso do Caminho de Santiago; criação de atividades pedagógicas e trabalhos manuais no Albergue - interação com peregrinos; almoço e jantares de convívio.
O Município de Albergaria-a-Velha, entre outros Municípios e Associações de Apoio ao Peregrino, integra a Federação Portuguesa do Caminho de Santiago.
O Ato Formal de Criação da Federação Portuguesa do Caminho de Santiago decorreu no dia 17 de maio de 2019, em Vila Pouca de Aguiar. Nessa ocasião foi subscrita a Escritura Pública da Federação pelos seus trinta e seis membros fundadores, incluindo 28 municípios, ao longo de várias vias históricas de peregrinação, e 8 associações jacobeias, que prestam apoio aos peregrinos em Portugal.
Site da Federação Portuguesa do Caminho de Santiago
Albergue de Peregrinos Rainha D. Teresa
Queen Teresa Pilgrim Hostel
À semelhança do edifício gémeo que se encontra ao lado, estas casas foram inicialmente concebidas para residências do Juiz Distrital e do Delegado do Procurador da República da Comarca de Albergaria-a-velha, daí passarem a ter a designação de Casa dos Magistrados.
Com projeto da autoria do arqt.º Júlio José de Brito, datado de 1952, estes edifícios começaram a ser construídos em 1953, ficando concluídos em maio de 1955.
Terminada a sua utilização na primeira década do século XXI, ficaram devolutas e na posse da Câmara Municipal.
O primeiro foi destinado a Casa Municipal da Juventude, enquanto este edifício entrou em obras apenas em outubro de 2013, sendo aqui inaugurado o Albergue de Peregrino Rainha D. Teresa a 1 de abril de 2015.
Just like the twin building next door, these houses were initially built to lodge the District Judge and the Delegate Attorney of the Republic in the Albergaria-a-Velha Country, therefor being designated as the Magistrates´ Houses.
The project, by the architect Júlio José de Brito, dates back to 1952. Construction started in 1953 and the houses were concluded by may 1955.
Having ended their initial function at the beginning of the twenty first century, they became unoccupied and held by the Town Hall.
The first building was adapted for the Municipal Youth Centre, while repairs to this house began only in october 2013. It opened as the Queen Teresa Pilgrim Hostel on the 1st of april 2015.
O Albergue de Peregrinos Rainha D. Teresa foi inaugurado no dia 1 de abril de 2015 e implicou um investimento de cerca de 126 mil euros.
O Albergue de Peregrinos Rainha D. Teresa é composto por três pisos. No piso -1 (cave) há uma garagem, uma zona de tratamento de roupa, uma arrecadação de mochilas, 10 camas e uma zona balnear com lava-pés e WC. No piso 0 (rés-do-chão), além da receção, o espaço contempla uma sala de convívio, uma cozinha comum, uma sala de tratamento e auxílio aos peregrinos e uma arrecadação de mochilas. No piso 1 (1.º andar), estão localizados os quartos, com 21 camas, bem como balneários femininos e masculinos. No exterior, há uma zona de lazer com duas mesas e um lava-louça.
O equipamento municipal está aberto nove meses por ano, encerrando no período de inverno.
Normas de Funcionamento do Albergue de Peregrinos Rainha D. Teresa - clique aqui