No âmbito do ciclo “O Desenho como Pensamento”, com direção artística e programação de Alexandre Baptista, a Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha e o Cineteatro Alba têm patentes, entre 29 de setembro e 31 de outubro, a exposição coletiva “Um dia foi desenho”.
“Um dia foi desenho”, com curadoria de Susana Ventura, expressa duas ideias que se complementam e se implicam mutuamente. Por um lado, evoca uma capacidade narrativa intrínseca ao desenho, desde a sua primeira condição de revelação, e, por outro, sugere a sua própria desaparição para dar lugar a uma outra coisa, objecto, obra ou ideia, permanecendo como espectro, podendo ainda existir, desde o início, nesta condição como cristalização da passagem de forças invisíveis a visíveis, sentindo-se a presença fantasmática das primeiras.
A própria capacidade do desenho contar uma história ou se expressar como um balbuciar (esta condição está presente desde o primeiro desenho alguma vez criado) leva-o a transformar-se e, por vezes, fugir para outros lugares fora do desenho, sobrevoando-os a preexistência desse desenho original ou intuindo-se como memória virtual.
A partir da representatividade de cada lugar (Biblioteca Municipal e Cineteatro Alba), as obras seleccionadas criam elas próprias presenças fantasmáticas do desenho na sua relação com a palavra, a linguagem, a ficção, a narrativa, a imagem-movimento (incluindo na sua expressão primeira como projecção de luz e sombra), o sonho e o desejo (muitas vezes sob a forma de devir).
Na exposição, o público pode apreciar obras de Adriana Molder, André Romão, Andreia Santana, Carolina Serrano, Catarina Domingues, Daniel Moreira e Rita Castro Neves, Diogo Evangelista, Jorge Molder e Capucine Herveau, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Musa paradisiaca, Sara Bichão e Von Calhau!
O ciclo “O Desenho como Pensamento” conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.