O Município de Albergaria-a-Velha vai criar um centro pedagógico com cariz arqueológico e ambiental no Monte de São Julião, na freguesia da Branca. Este é o objetivo do projeto de valorização e conservação “Monte de São Julião| Arqueologia e Natureza” que foi apresentado na tarde de 20 de janeiro, na Junta de Freguesia da Branca.
Em parceria com o Centro de Arqueologia de Arouca, a Associação BioLiving e a Loci Studio, o Município quer criar um espaço de fruição para a comunidade, considerando quer o património arqueológico, quer os valores ambientais e paisagísticos.
Nas várias escavações arqueológicas desenvolvidas no Monte de São Julião, já foram identificados importantes vestígios, desde a ocupação pré-histórica (a mamoa), passando por um povoado dos finais da Idade do Bronze (muralha ou estrutura de delimitação e utensílios de uso doméstico), até ao século XIX, com a identificação de um posto de telegrafia ótico (telégrafo militar).
Além do valor científico do local, existe o potencial para criar uma “ilha” de regeneração e proteção ambiental, daí o projeto incluir a recuperação ecológica do Monte de São Julião. Foram identificadas 19 espécies de flora nativa e 5 de flora exótica, das quais 4 invasoras. O objetivo é limpar a área das plantas invasoras e promover a plantação de espécies nativas, como o sobreiro, carvalho, carvalhiça, castanheiro, medronheiro ou o sanguinho-de-água. Salienta-se ainda a presença de um importante património faunístico com a presença de invertebrados, répteis, anfíbios, aves, mamíferos não voadores e mamíferos voadores (morcegos).
Para proceder à recuperação ecológica do local, o Município e a Associação BioLiving vão promover uma ação de voluntariado em fevereiro e março para a remoção e controlo de eucaliptos e de espécies exóticas e invasoras, seguindo-se a regeneração natural e a plantação de espécies nativas.
Com a valorização da componente arqueológica e ambiental do Monte de São Julião, prevê-se a criação de um centro pedagógico, com zona de receção, uma rede de percursos com sinalética a explicar os valores do sítio, a musealização do espaço arqueológico, um miradouro, um espaço de clareira para recreio e lazer, sanitários e estacionamento. A intervenção pretende ser o menos intrusiva possível, colocando os valores paisagísticos, culturais e naturais a “brilhar” por si.