A Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha inaugura na próxima sexta-feira, pelas 19h00, a exposição “Como um pássaro que entra pela janela aberta”, de Elizabeth Leite.
Ao longo das várias telas em exposição, a artista natural de Venezuela propõe um realismo quase fantástico, com imagens estilísticas aconchegadas pela cor, convidando o observador a descodificar cenas de um quotidiano onde habita gente normal. “No representado, não há glória nem tragédia, não há batizados, casamentos ou funerais, não há procissões, cortejos ou banquetes…, mas sim a mais pura mesmice, a mais indiferente vulgaridade, as cenas mais comuns, mais desinteressantes, menos consideráveis…, mas transfiguradas no mais colorido e luminoso palco”, explica Elizabeth Leite.
A caracterização é abundante. Quase violenta. Numa paleta vigorosa que descobre os segredos das idades. Ambientes onde os imperativos estéticos são voluntariamente ausentes, e onde um certo abandono se pode sentir. “Talvez aqui não haja corpos, mas espelhos de alma que meditam e estão pensativos; encontram-se em igualdade”.
Elizabeth Leite nasceu em Caracas, na Venezuela, em 1982 e reside em Oliveira de Azeméis desde 1989. Concluiu, em 2005, a Licenciatura em Pintura na ARCA|EUAC e, em 2006, frequentou o Mestrado em Comunicação Estética na mesma instituição. Frequentou ainda o Mestrado em Ensino de Artes Visuais no 3.º Ciclo e Ensino
Secundário, ministrado entre a FPCE e a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A partir de 2006, acumulou o exercício da docência com a pintura. Atualmente, dedica-se a 100% à sua atividade artística.
Ao longo dos anos, a sua obra tem sido merecedora de prémios e menções, figurando no Concurso Aveiro Jovem Criador 2005, a sua primeira conquista - Menção Honrosa. A distinção do seu trabalho repetiu-se no mesmo Concurso em diversos anos (2006, 2007, 2012, 2017). Em 2008 recebeu o Prémio “Mondego 2008”, Coimbra.
Em 2018 Ilustrou o livro “A HISTÓRIA DOS OVOS MOLES DE AVEIRO”, de Nuno Rosmaninho e Jorge Pacheco dos Santos. No mesmo ano foi distinguida pela Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro, com o Prémio Artístico Mateus A. Araújo dos Anjos. Colaborou no projeto SIETE PALABRAS, Correspondências artísticas México-Portugal na Fil Guadalajara 2018.
A exposição “Como um pássaro que entra pela janela aberta”, de Elizabeth Leite, pode ser visitada até 29 de junho.