Mais de duas centenas de pessoas marcaram presença na inauguração da estátua da Rainha D. Teresa na tarde de 11 de novembro, o momento alto do programa das comemorações dos 900 anos de Albergaria-a-Velha.
Delfim Bismarck, Vereador da Cultura, explicou as origens do território atualmente conhecido por Albergaria-a-Velha e o papel da D. Teresa, que na Carta de Couto de Osseloa de 1117, se designa, pela primeira vez, como rainha. A estátua está colocada junto à antiga Estrada Real e perto do local da albergaria original mandada erguer pela mãe de D. Afonso Henriques.
A obra em bronze é da autoria do artista Hélder Bandarra, tem dois metros de altura e está colocada sobre uma base em granito. Encontra-se de frente para a Praça D. Teresa e de costas para a futura avenida que terá também o nome da rainha. Mário Branco, Presidente da Assembleia Municipal, referiu que a inauguração é um momento feliz, que “faz justiça à fundadora da nossa terra” e salientou a importância de sabermos “de onde vimos” para melhor construir o caminho que queremos seguir.
A fundação de uma albergaria para acolher os peregrinos e viajantes na Idade Média lançou as bases para o reconhecimento do território como um lugar hospitaleiro e solidário. O Presidente da Câmara Municipal, António Loureiro, afirmou que Albergaria-a-Velha continua a promover a solidariedade junto de quem mais precisa. Como tal, no dia em que se homenageava D. Teresa, a Autarquia decidiu apresentar a nova ambulância de socorro (ABSC) dos Bombeiros Voluntários, a ser batizada com o nome da rainha. O veículo foi adquirido e transformado no âmbito de um apoio disponibilizado pela Autarquia para a compra de viaturas de socorro até ao montante de 100 mil euros e, para António Loureiro, é o reconhecimento da dedicação dos bombeiros à comunidade.
Durante a tarde foi ainda apresentado o inteiro postal comemorativo dos 900 anos de Albergaria-a-Velha e inaugurada a exposição documental “Das Origens a Osseloa” na Biblioteca Municipal. Delfim Bismarck realçou que o público tem a oportunidade de apreciar, pela primeira vez, os achados arqueológicos das escavações efetuadas nas Mamoas do Taco, no Monte de São Julião e em Cristelo, que constituem provas materiais dos povoamentos humanos anteriores à Carta de Couto de Osseloa. O documento da fundação está representado por uma cópia à escala, acompanhada pela transcrição e respetiva tradução.
A fechar o programa da tarde, foi apresentado o quarto número da Revista Albergue, uma publicação anual que promove a inventariação, preservação, valorização e divulgação da História e do Património do Concelho de Albergaria-a-Velha. A edição de 2017 reúne 16 artigos que versam sobre arte sacra, demografia, genealogia e património natural, entre outros, destacando-se dois textos relativos às origens do território – “Os Marnéis – A Família de Gonçalo Eriz Fundador de Albergaria-a-Velha em 1117”, de Delfim Bismarck Ferreira e “As Singularidades da Carta de Couto de Osseloa (1117)”, de Maria Alegria Marques.
Em jeito de balanço, Delfim Bismarck referiu que os quatro números da Revista Albergue reúnem 54 artigos de 46 autores diferentes, acompanhados por 950 imagens. No total, são 2300 páginas com trabalhos de investigação, que fomentam um conhecimento mais profundo do Concelho e que a Câmara Municipal quer continuar a promover. “É objetivo capital deste Executivo a conservação dos valores históricos e socioculturais que caracterizam e tornam ímpar Albergaria-a-Velha”, reforçou António Loureiro.