“As crianças vivem empanturradas, em aulas” – proclamou, em jeito de crítica, Eduardo Sá, Psicólogo, docente universitário e autor de vários trabalhos científicos, durante as VI Jornadas do Professor, realizadas ontem, no Cineteatro Alba, numa organização do Município de Albergaria-a-Velha.
Catarina Mendes, Vereadora da Educação, em traços sumários, retratou a Agenda Municipal do sector. Revogou a política da autarquia, afirmando que se vai continuar a apostar na introdução de novas tecnologias para acompanhar os tempos modernos e, também, oferecer melhores conhecimentos e aprendizagens na formação pessoal dos alunos.
O Chefe do Executivo António Loureiro colocou no respeito pelos professores um dos pontos maiores da política municipal o que – disse – “contribuirá para uma sociedade mais justa e mais solidária”. A Carta e Agenda Educativa, a Estratégia no e para o Sector, a Requalificação e Valorização do Parque Escolar; a Qualidade Alimentar nas Escolas são os pontos marcantes para o denominador dessa Política da Instituição Local que administra.
Mas Eduardo Sá, na sua intervenção, a qual arrancou da plateia aplausos, numa ou noutra frase que proferiu, foi provocador, porque se demarcou do sistema, na generalidade, da nossa Escola atual. “A escola não pode ser uma indústria” – opinou.
Defendeu que as crianças, principalmente as dos Jardins de Infância e do Ensino Básico, precisam de - fez questão de refletir – “se baldar, de se engasgar e de brincar para serem saudáveis”. Com um discurso desafiante, para as cerca de 180 presenças, Eduardo Sá manifestou a ideia que a Escola tem de se reinventar e as autarquias têm um importante papel a desempenhar. “Os professores merecem a admiração de todos, mas acima disso o nosso respeito” – concluiu.
Foi com a projeção de um vídeo, O Patinho Feio que o psicólogo e professor universitário Vitor Reis tentou despertar a assistência para a Inclusão. “A inclusão é uma oportunidade e um desafio” – manifestou. O mesmo palestrante argumentou que para a inclusão tem de se encontrar o jeito e a forma para que as crianças possam aprender à sua maneira. O professor, para Vitor Reis, deve ser um mentor, um guia, um conselheiro e um inspirador.
O Agrupamento de Escolas da Branca, através de 3 colaboradores, verteu a ideia de que a educação inclusiva deve abraçar as competências e a aprendizagem para que, e no futuro, tenhamos mais humanismo e cidadãos ativos. Na equidade, na integração e na diversidade está o universo da inclusão – explicitaram. Deixaram exemplos e “estórias” que são as práticas para a inclusão.
André Santos, consultor de projetos sociais, assentou paralelismos entre os atores das empresas e os alunos, deixando o remate que o motor para o desenvolvimento é o ensino.
A jornada concluiu-se com a atribuição de Prémios de Mérito Escolar, convertendo o Cineteatro Alba num espaço de festa e de congratulação, perante os laureados. Os valores pecuniários, entre 150 e 400 €, numa oferta do município, foram entregues a 20 alunos, dos graus de ensino dos estabelecimentos concelhios, de que destacamos a EB 2,3 da Branca; a Escola Básica de Albergaria-a-Velha, a Escola Secundária, o Colégio de Albergaria e o Conservatório de Música da Jobra.